sexta-feira, 27 de novembro de 2009

enfim

a porta se abre
uma luz – ainda que tímida-
mostra o contorno das coisas

uma cadeira
a mesa qualquer
velha conhecida

devagar, como
quem pede licença
os versos vão entrando, com
vergonha de chegar, depois
de longa ausência

eu os recebo
estreando o vestido colorido
que aguardava no armário

nas dobras do tecido
sou haste flexível
que se deixa dobrar
ao vento
brincando de esperança

angela nabuco

Um comentário: