na neblina de tuas manhãs
conservas sempre
a reserva
e o cuidado no falar
calas
das tuas discordâncias
dos teus sonhos
dos teus medos
no sorriso manso
pouco mostras
de ti
na fala cantada
não arriscas
o que desconheces
as montanhas guardam
os segredos que ainda
escondes na revolta muda
dos tempos do ouro dilapidado
dos negros feridos
com discreto orgulho
estudas os imigrantes:
não os magoas
nem os aceitas
mas teus dias são claros
e calmos
e tua mesa é farta
da solidão
que me impões
eu te inauguro
o meu lugar de viver
e de pensar
Angela Nabuco
sábado, 8 de agosto de 2009
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belíssima poesia, me remeteu a vista que se tem daí de sua casa
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