se um dia eu te perdesse
eu me faria incrédula
distante
alguém que se despede
ou forasteira
o rosto sem espasmo
ou brilho que denuncie
alegria qualquer
ou qualquer mágoa
despertencida
naquele banco de madeira
gasta, rendilhada
nos buracos, onde os insetos
fazem suas tocas
e onde tantas vezes
juntos
nos sentamos
e vimos o horizonte
que se deita azul e longe
procuraria por ti
nos lugares onde
te encontras sempre
e junto a mim
(quem sabe irias te esconder - ínfimo -
por entre
as rendas do banco de madeira?)
mas terias partido
serias o pássaro que pontilha agora
o ar e some
vento apenas
contando as historias
de nós dois
iria adivinhar-te
livre
nas dobras das montanhas
de amanhã serias feito
eterno e para sempre meu
Angela Nabuco
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
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